quinta-feira, janeiro 29, 2015

Letargia do Presente

    A desilusão estimula a defesa do coração, não me sinto desiludido quando caio no abismo do sonho. Simplesmente aceito, passo à frente, porém sem compreender o nevoeiro da morfina que se adensa em mim.
    Incompreensão que advém do Estar                      quando H2 se junta com O,
ou quando a fusão entre dois seres se confunde com a realidade,                        
porém a distância do tempo não retira a certeza de já ter vivido.
porém a realidade desenrola-se no limbo desta fusão tão distante, só se vive quando se vê as estrelas além do nevoeiro.
Tiago Veloso Dias, 11-2006

segunda-feira, setembro 08, 2014

segunda-feira, agosto 25, 2014

domingo, agosto 24, 2014

terça-feira, janeiro 22, 2013

"...
Esta inconstância de mim própio em vibração
É que me há-de transpor às zonas intermédias,
E seguirei entre cristais de inquietação,
A retinir, a ondular... Soltas as rédeas,
Meus sonhos, leões de fogo e pasmo domados a tirar
A torre d´Ouro que era o carro da minh´Alma,
Transviarão pelo deserto, moribundos de Luar -
E eu só me lembrarei num baloiçar de palma...
Nos oásis depois hão-de-se abismar gumes,
A atmosfera há-de ser outra, noutros planos;
As rãs hão-de coaxar-me em roucos tons humanos
Vomitando a minha carne que comeram entre estrumes...



Há sempre um grande Arco ao fundos dos meus olhos...
A cada passo a minha alma é outra cruz,
E o meu coração gira: é uma roda de cores...
Não sei aonde vou, nem vejo o que persigo...
Já não é o meu rastro o rastro d´oiro que ainda sigo...
Resvalo em pontes de gelatina e de bolores...
- Hoje a luz para mim é sempre meia-luz...

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.......................................................................................

As mesas do Café endoideceram feitas Ar...
Caiu-me agora um braço... Olha lá vai ele a valsar,
Vestido de casaca, nos salões do Vice-Rei...

(Subo por mim acima como por uma escada de corda,
E a minha Ânsia é um trapézio escangalhado...)
...Mário de Sá-Carneiro, "Certa voz na noite, Ruivamente"

quarta-feira, janeiro 16, 2013

sobre a conferência "Pensar o futuro -- um Estado para a sociedade"

mete-me um nojo profundo, um verdadeiro asco estas políticas neo-fascistas disfarçadas num manto democrático. Dá-me vómitos ouvir falar de uma conferência "aberta" à sociedade civil, mas apenas aos que foram convidados, à comunicação social mas apenas a abertura e o fecho podem ser gravados, o entretanto fica esvaziado num nevoeiro que não se pode gravar, nem audio nem imagem...apenas transcrever se e só se o orador autorizar a divulgação das suas nebulosas palavras........neste turpor pergunto-me que país é este?

segunda-feira, janeiro 14, 2013

I Wonder How Many People in This City

"I wonder how many people in this city live in furnished rooms.
Late at night when i look out at the buildings
I swear I see a face in every window looking back at me and when I turn away
I wonder how many go back to their desks and write this down."

...Leonard Cohen, I Wonder How Many People in This City from "The Spice-Box of Earth"

quinta-feira, setembro 01, 2011

. . . .


Não sei escrever. .pulo entre ramificações de sentimentos. .que não expresso. .sublimo a raíz num tronco que se ergue num rápido entrelaçar de braços. .abraçados por emoções. quebradas. .que tocam uma pauta de notas visuais sonoras e. corporais. .e se distanciam na cadência do tempo. . . . .


tvd

terça-feira, julho 12, 2011

sentir a ausência de mim

"...Assim se passam os dias sobre dias, nem sei dizer quanto da minha vida, se somasse, se não haveria passado assim. Às vezes ocorre-me que, quando dispo esta paragem de mim, talvez não esteja na nudez que suponho, e haja ainda vestes impalpáveis a cobrir a eterna ausência da minha alma verdadeira; ocorre-me que pensar, sentir, querer também podem ser estagnações, perante um mais íntimo pensar, um sentir mais meu, uma vontade perdida algures no labirinto do que realmente sou. (...)"
...in Livro do Desassossego, Fernando Pessoa

sábado, junho 27, 2009

Yam

momentos de Catarse,
chuva que assenta a poeira
que aperta a emoção a cada raiar
pulsar de sol
coração que se esbate na realidade
e constroi a essência
que sou eu,
que observo, construo
o teu mundo,
universo paradoxal, irreal e real
dualidade rizomática
essência.sonho,ilusão.realidade
sinto, sou e observo a dualidade
entre o mar e o céu
a diferente tonalidade de azul cinzento
que assume a catarse sobre o raiar so sol que somos nós, tu, eu
nós enquanto fusão de prana
tu enquanto tu
eu enquanto eu

reflexo de pedra
toque rosado
olhar extra
extra corpo
extra olhar
energia pura que envolve a vivência de viver-te em mim
de me fundir plenamente em ti
e, ...
a dor
a dor sublimada em amor puro

....
Hoje:Telefonema, sol, praia mar, decisão, conversa, reflexão, signos. cassete que encontra o caminho a sonorizar, arroz de cenoura, dor, água, chuva, catarse, aperto, descompressão, riso, amor ilusório, amor universal, troca, prana energia, demonstrar resposta em energia.
...
27 de Junho de 2009
MJ <>T
V<>C

sexta-feira, maio 16, 2008

Nevoa no Caminhos do Cinema Portugues - Coimbra




Nevoa estabelece uma ligação livre, é uma criação sem regras base, deste modo move se no domínio da poesia, é liberto de prosa ou de uma estrutura narrativa convencional. Esta abordagem liberta de qualquer tipo de dogma, é transversal ao som, imagem. Foi minha intenção manter uma certa rudeza de forma a obter um todo orgânico não demasiado límpido mas permitir uma identificação na qual o todo não é a mera soma das partes.
24 de Maio, 22h no festival XV Caminhos do Cinema Português - Secção Ensaios Visuais 


...Tiago Veloso Dias

quinta-feira, abril 24, 2008







"...O manto azul da emoção
reflecte a lua
reflecte o cintilar prateado das estrelas
TRANSMITE!
AQUECE!
TRANSFORMA!
o Verde, o Azul o Vermelho..."
é assim que renascem as asas à fenix
que o sol volta a brilhar
que o indiferente fica diferente

quarta-feira, abril 02, 2008

domingo, março 30, 2008

Quantas palavras valem uma vida?

Um grupo de monges Tibetanos conseguiu romper esta barreira maquilhada teatralmente pela China, mas com que consequências. Quantas palavras valem uma vida?

O esvaziamento do discurso social, com uma tendência a politizar o discurso sobre a questão do Tibete, em vez de o analisar de um ponto de vista frontal livre e democrata, relança o debate da crise democrática na Europa. Na actualidade o Ocidente parece vergar-se perante os impulsos económicos em deterimento de valores universais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade vectores da revolução Francesa e motores da democracia Europeia. Desta forma o desejo, agente de mudança de uma sociedade asssente na livre expressão de ideias e no respeito por outro ser vivo, parece adormecido por questões económicas.O peso da palavra provavelmente valeu a morte a este grupo de monges, porém cabe ao espaço público a livre circulação, transformação de ideias e a abertura de horizontes a todos que nele se movem. Aí reside a força da liberdade, a força de alteração de mentalidade de cada cidadão, a obrigação individual de manifestar as suas convicções humanas e cívicas de respeito pelos direitos fundamentais, e a capacidade de uma ideia se ramificar infinitamente. Esta força do espaço público é movida “anima” e a alimentada pelo desejo de viver numa sociedade alicercada no valor universal de liberdade.

Este foi o caminho que este grupo de monges nos deixou para percorrer, o caminho da não violência, do amor e a consciência que cabe a cada um de nós um gesto cívico e uma palavra no imenso espaço público…

Tiago Veloso Dias,27-3-2008